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Não me leve a sério, não me leve a mal.

1 de julho de 2010

Abstração no tempo.

É difícil falar sobre o tempo, sobre o passado, o presente e o futuro. É difícil, porque o passado, sempre com aquele ar de melancolia, nos faz chorar, acreditando que nós poderíamos ter feito melhor ou pior em algum momento. O presente é essa coisa tediosa que nos decepciona cada instante. E o futuro? Ah, o futuro está sempre nos tirando do sério com suas falsas promessas de melhora. E assim passamos a vida: abstraindo-nos no tempo. E talvez seja esse o problema de milhões de pessoas soltas pelo mundo: fazer disso um passa-tempo, esquecendo-se que é preciso adoçar a vida, torná-la menos pesada, sem se preocupar com o que poderia ter feito de melhor, apenas fazer. Os céticos incuráveis vão mencionar: é fácil falar. Sim, de fato, mas se querem saber de uma constatação pessoal, é fácil fazer, também.
Ainda é fácil lembrar, não faz muito tempo. Há um ano, lá estava eu sonhando com a universidade, com a minha liberdade e com o jornalismo, e , como num passe de mágica, cá estou fazendo planos de mestrado na Europa. A questão é: um passado que sonhou com um futuro que se tornou presente e que agora sonha com mil outros futuros. Porém, o perigo está nas pessoas doentes, doença essa que causa uma estranha obsessão com um dos três tempos. Elas vivem, exageradamente, o passado, ou o presente, ou o futuro. Então, qual o problema nisso? Alguns se perguntam. O problema nítido é o simples fato que, se o passado fosse para ser revivido ou consertado, máquinas do tempo seriam vendidas aos montes nas lojas americanas em 12x no cartão de crédito. Se o futuro tivesse tanta pressa, os controles remoto do filme "click", também. Esse é o ponto: sem retardo, sem pressa, apenas o que acontece.
Todos sabem disso, ninguém tem coragem para assumir, mas a vida não teria graça sem os erros e acertos do passado e nem sem as promessas do futuro. Sem eles, a vida não seria NADA. Assim é que tem que ser. Viver de um jeitinho que as lembranças do passado não tragam dor e sim aprendizado, sabedoria para dizer: essa lição eu já aprendi. Que o futuro seja um plano bem firme e traçado em cima do solo que você arrumou com as coisas que aprendeu no passado. E que o presente não seja tedioso, mas que o passado e o futuro sejam a soma de todos os dias que você escolheu viver e aprender.

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